domingo, 29 de janeiro de 2012

Final Fantástica

O primeiro Grand Slam de 2012 vai mesmo entrar para a história. Sábado, na final feminina, vimos uma acachapante vitória da bielo-russa sobre a bela russa. O primeiro sorriso que Sharapova deu ao longo dessas duas semanas foi na cerimônia de premiação, ao reconhecer a superioridade de Azarenka.
Mas o show estava guardado mesmo para o dia seguinte, na final masculina. Ao longo de quase seis horas de jogo, Rafa e Nole brindaram os amantes do tênis com um jogo inesquecível. Desde o início eu estava com a sensação de que a vitória seria do espanhol, que já não agüenta mais apanhar do sérvio. Djokovic vinha detonado fisicamente, pois a semifinal contra Murray – outro jogo de cinco sets – fora extremamente desgastante. Mas não deu para o touro miúra, numa repetição do que ocorreu ao longo de 2011, quando o sérvio arrancou do terceiro lugar no ranking da ATP para reinar soberano, ganhando quase tudo o que apareceu pela frente.
Apesar de ter sido a final mais longa da história, o jogo parecia que iria durar muito mais, pois o equilíbrio era imenso. O regulamento de três dos quatro torneios de grand slam – exceção para o aberto dos Estados Unidos – determina que não haja tie-break no quinto set, o que pode prolongar indefinidamente uma partida. Esportes que não tenham um tempo definido estão sujeitos a isso, como o vôlei, por exemplo, o que gera um problema quase incontornável para a grade de programação das emissoras de TV, dada a imprevisibilidade que gera distorções como o jogo entre o gigante americano John Isner e o francês Nicolas Mahut – Wimbledon 2010 – que durou intermináveis 11 horas, divididas em três dias de disputa. O set final teve o insólito resultado de 70 x 68 para Isner, ou seja, um set com 138 games. Obviamente, o estado físico de Isner foi o principal responsável pela rápida derrota na segunda rodada do torneio, já no dia seguinte.
Por falar em TV, que espetáculo a transmissão em HD do torneio! Diversas imagens invisíveis à transmissão convencional ganham uma riqueza de detalhes incrível, como as gotas de chuva que começaram a cair durante a final na Austrália ou o pó que saía da bolinha a cada pancada na raquete, sem contar o super-slow mostrando o esforço de cada tenista na busca das bolas mais difíceis... 
Por medida de economia, os torneios masculinos poderiam começar já da semifinal, pois os quatro que sobram são sempre os mesmos. Murray está no ápice de sua forma, por pouco não venceu Djoko, mas parece destinado a eterno coadjuvante num esporte em que as estrelas são Nadal, Djokovic e – por enquanto – Federer. O tenista que mais poderia ameaçar esse quarteto fantástico seria o argentino Del Potro, que inclusive já derrotou o suíço na final do US Open de 2009, mas que de lá pra cá vem sofrendo com seguidas contusões.
Já no feminino, há diversas jogadoras mais ou menos no mesmo nível, dificultando qualquer prognóstico. Meu palpite era que a vencedora sairia do confronto entre Na Li e Clijsters, ainda nas oitavas. A belga acabaria perdendo na semifinal para a campeã Azarenka, num jogo duríssimo. Certeza, só uma: que a então número um, a bela dinamarquesa Wozniacki, há vários meses na liderança do ranking mesmo sem nunca ter vencido um dos quatro maiores torneios, seria campeã.
Para você se programar, os outros três grandes torneios do ano – Roland Garros, Wimbledon e US Open – ocorrerão em maio, junho e agosto, respectivamente.