segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pobre tricolor



O passado

Entre as décadas 1990 e 2000 o São Paulo foi, indiscutivelmente, o maior clube de futebol do país. Tri-campeão mundial interclubes – batendo os poderosos Barcelona, Milan e Liverpool – títiulos nacionais em sequência e, principalmente, uma administração séria, com salários sempre em dia, treinadores com tranquilidade para trabalhar e uma infraestrutura no nível dos grandes clubes europeus. 
Aidar: o todo-poderoso


Pois bem. Isso tudo caiu por terra.


O tricolor paulista é, hoje, uma miniatura de CBF – e do próprio país, podemos assim dizer. Corrupção, agressões, atraso de salários e uma série de episódios rumorosos.


Ataíde: o MMA
Esta semana, o vice Ataíde Gil Guerreiro acertou, literalmente, um direto de direita no chefe, o presidente Carlos Miguel Aidar, que foi ao chão durante o café da manhã em um grande hotel da capital paulista, numa cena típica de UFC. Aidar, aliás, está de saída. Já vai tarde.


Cinira: a primeira-dama
Em todos os negócios recentes do São Paulo aparece a figura de Cinira Maturana, a primeira dama, namorada do presidente, que teria recebido, inclusive, uma polpuda comissão da nova fornecedora de materiais esportivos do clube, a Under Armour.


Osório: o ex
O São Paulo se desfez de vários jogadores para pagar dívidas, e acaba de perder também o promissor técnico colombiano Juán Carlos Osório, que encheu o saco e se mandou para o México, onde irá dirigir a seleção nacional.



Dentre outros espisódios sombrios, destaque para a transação envolvendo o zagueiro Maidana. Pelo nome, pode-se imaginar que se trata de um jogador que atua em alguma seleção estrangeira, quem sabe no Uruguai.


Maidana: o rolo
Não. Iago Maidana é um jovem gaúcho de 19 anos, que jogava no Criciúma e foi contratado por uma empresa chamada Itaquerão Soccer. Isso mesmo: Itaquerão Soccer. Mas as bizarrices não param por aí. A Itaquerão pagou R$ 800 mil reais pela jovem promessa e o repassou ao Monte Cristo.


Não. Monte Cristo não é nenhum clube mexicano. É uma equipe goiana, que manda seus jogos num estádio com capacidade para 2.000 sofredores, já fechou as portas algumas vezes por rolos com a federação estadual e atualmente disputa a terceira divisão de Goiás.


Pois bem. O jovem gaúcho passou dois meses em Goiânia – se é que esteve lá alguma vez – e há algumas semanas foi contratado pelo (ex) poderoso São Paulo, que pagou cerca de R$ 2 milhões, por parte de seu passe.


Parece ser o exemplo vivo daquela piada, em que você compra alguém pelo que joga, vende pelo que ele acha que joga e embolsa uma fortuna pela diferença.


Pobre tricolor. Pobre futebol brasileiro. 7 a 1 foi pouco...