Em termos de comportamento, Dunga
– que normalmente está mais pra Zangado – não é um cara dos mais humildes, embora tenha baixado bastante a bola em relação à sua primeira
passagem pela seleção.
Taticamente, no entanto, o
contestado treinador, que também não é lá um exemplo de modernidade, reconhecendo que
não temos mais a grande seleção que a Globo teima em propalar, escalou um time
fechado para enfrentar a Argentina. Um meio-campo formado por Luiz Gustavo,
Elias e William não está exatamente à altura da nossa história.
Se temos um Neymar para fazer
sombra ao Messi, não há o talento de um Di María mais atrás, para armar as
jogadas. E pra ganhar dos grandes, atualmente, o Brasil precisa ter humildade e
reconhecer que hoje somos inferiores tecnicamente a umas três ou quatro
seleções.
Na Copa, Felipão escalou Bernard no
lugar do nosso maior astro, contundido, sob a alegação de que o “menino com
alegria nas pernas” estava acostumado a incendiar o Mineirão. O Brasil tomou um
vareio da Alemanha. Sete foi pouco, se considerarmos que aos trinta do primeiro
já estava 5 a 0 e o zagueiro David Luiz corria feito um alucinado no ataque.
Neste sábado de manhã, na China, o Brasil aceitou a maior posse de bola dos rivais, Tardelli
fez dois – um pelo Fred e outro pelo Jô – Jeferson fechou o gol, o
Brasil ganhou o Superclasico de Las Americas e recuperou um pouco do respeito e da autoestima perdidos após a tragédia
da Copa.