sábado, 23 de março de 2013

A Velocidade está de Volta!



Tem gente que diz que brasileiro não gosta de esporte, gosta mesmo é de ganhar. Exageros à parte, não há dúvida de que a Fórmula 1 dos tempos atuais não tem, para a torcida tupiniquim, o glamour da era Ayrton Senna e Nelson Piquet. Nem poderia ser diferente.

Mesmo assim, a velocidade ainda tem muitos adeptos por aqui, notadamente em Brasília. O último final de semana marcou o retorno da Fórmula 1, com o primeiro Grande Prêmio da temporada, na terra dos cangurus.

Como é de praxe, chegou a hora das previsões dos futurólogos de plantão.

Vettel e Alonso são os favoritos de sempre. O espanhol mais do que nunca, até porque a Ferrari se mostra bem mais confiável do que nas últimas temporadas.



Alonso, Raikkonen e Vettel

Massa mostrou uma grande evolução, principalmente no que diz respeito à confiança. Largou à frente de Alonso, segurou o espanhol na largada e manteve-se na dianteira até o segundo pitstop. Já foi um grande feito, mas insuficiente para se imaginar alguma disputa com o Príncipe das Astúrias, que é o melhor piloto da categoria e tem todo o time trabalhando a seu favor. O brasileiro é o fiel escudeiro, e ponto.

Felipe, aliás, fez declarações lamentando erro de estratégia que o fez perder algumas posições. Ou seja, mais do mesmo. Se o quarto lugar obtido na primeira prova se repetir algumas vezes, intercalado com um ou outro pódio, a temporada de Massa já terá valido a pena e ele poderá sonhar com uma renovação contratual para 2014.

A Mercedes está muito rápida, mas seus carros carecem de durabilidade. Hamilton só não deve estar arrependido pela troca de escuderia porque o início da Mclaren também não é dos mais promissores.

A dupla Lotus/Raikkonen, que já deu trabalho em 2012, voltou ainda mais consistente , e promete dar muito trabalho aos favoritos. O Homem de Gelo declarou que sua vitória na corrida da Austrália foi a mais fácil da carreira.

Numa temporada carente de brasileiros – o patrocinador do talentoso Luís Razia não pagou a conta e sua escuderia, a pequena Marussia, demitiu o baiano – resta torcer para que Felipe Massa não repita o fiasco das últimas temporadas, e que o título seja decidido mais uma vez em Interlagos. Vale lembrar que a última vez em que o Brasil teve apenas um representante na categoria foi há longos trinta e cinco anos.

Já neste domingo, 24, tem mais, com o GP da Malásia. E haja despertador, até porque as quatro primeiras provas são do outro lado do mundo – a primeira na Oceania e as três seguintes na Ásia – o que requer muita disposição para quem quiser acompanhar as provas ao vivo.

E tem Massa na primeira fila!

Luiz Razia

A Conquista da América


 

Houve uma época em que os uruguaios e, principalmente, os argentinos, eram os grandes papões da Copa Libertadores da América. Enfrentar o temido Boca Juniors no alçapão de La Bombonera era derrota quase certa, muito embora, há dez anos, o pequeno Paysandu de Belém tenha proporcionado uma das maiores surpresas da história do torneio, ao vencer em plena Buenos Aires por 1 a 0. Mas o maior campeão da América não é o Boca ou o Peñarol, e sim o decadente Independiente de Avellaneda, com sete conquistas.

A Libertadores começou a ser disputada em 1960. Em 62/63, o grande Santos de Pelé conquistou o bicampeonato, mas demorou  para o futebol brasileiro conquistar a América novamente, com o Cruzeiro em 1976 e o Flamengo, em 1981.

Para comprovar a dificuldade dos brasileiros no torneio, o fantástico time de Zico, Adílio, Júnior e Leandro passou sufoco para superar o limitado Cobreloa, do Chile - e somente num jogo extra – embora, na sequência, tenha atropelado o poderoso Liverpool, da Inglaterra, por 3x0, arrebatando o mundial de clubes com extrema facilidade.

Mas os tempos são outros, e ultimamente o Brasil tem dominado a competição, tanto que, nos últimos três anos, Internacional, Santos e Corínthians levaram a taça. Nos seis jogos das finais, foram quatro vitórias brasileiras e dois empates.

Mas essa superioridade não decorre do outrora tão falado talento brasileiro – que ultimamente anda em baixa – mas sim pelo poderio econômico, o que está mais relacionado à situação do país do que propriamente dos nossos clubes, muito embora alguns tenham evoluído bastante em termos de gestão. Atualmente, apenas os mexicanos – convidados do torneio continental – têm uma estrutura que possa ser comparável à nossa.

Em relação ao Mundial de Clubes, no entanto, o México não é uma ameaça. Caso uma equipe daquele país conquiste a Libertadores, quem vai à disputa do intercontinental é o vice, pois os mexicanos já disputam uma vaga no torneio com seus pares da Concacaf – equipes das Américas Central e do Norte.

Dentre os brasileiros na disputa em 2013, somente o Palmeiras – que amargou a queda para a série B do brasileirão e convive com sérios problemas internos, inclusive financeiros – pode ser considerado um azarão na briga pelo título. As outras cinco equipes têm reais possibilidades de chegar lá.

Corínthians (SP) – campeão mundial –, Fluminense (RJ) – campeão nacional – e São Paulo (SP) – brasileiro com mais títulos, juntamente com o Santos, ambos com três conquistas – têm boas chances, mas quem vem jogando o melhor futebol nesse início de competição é o Atlético (MG), de Ronaldinho, e o Grêmio (RS), de Barcos.

Mas Libertadores é Libertadores. O tricolor gaúcho parecia que iria ter vida fácil, pelo menos na primeira fase, mas já andou tropeçando nos pequenos Huachipato e Caracas.

A competição deste ano é um verdadeiro festival de veteranos, nomes que brilharam na Europa e retornaram ao seu país de origem. Com exceção de Alexandre Pato, repatriado pelo Corínthians, a maioria já está próxima do fim de carreira, casos de Dida, Zé Roberto, Deco, Lúcio, Ronaldinho e mesmo do argentino Román Riquelme, astro do Boca. 

De qualquer forma, por onde passam, esses medalhões ainda são grandes chamativos para o público.

A briga promete. E mais uma vez deve dar Brasil!