quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Mais um da Alemanha! Aliás, mais cinco...
Essa quarta, 13 de agosto, foi emblemática para o futebol brasileiro.
São Paulo, Internacional e Fluminense, três dos mais caros elencos do país, deram vexame na Copa do Brasil.
O tricolor paulista tomou de 3 a 1 do Bragantino, que está no Z4... da série B...
O carioca foi ainda pior. Depois de uma tranquila vitória na Arena das Dunas por 3 a 0, tomou a virada mais incrível da história da Copa do Brasil. Após estar ganhando por 2 a 1, perdeu por 5 a 2 do América (RN) e deu adeus à competição.
Apesar de não ter sido goleado e enfrentar um adversário mais qualificado – afinal, o Ceará é o líder da Série B com folga – o Colorado, a meu ver, foi quem passou a maior vergonha. Isso porque os gaúchos perderam os dois jogos e, pior ainda, sendo dominado inteiramente durante os 180 minutos do mata-mata.
Normalmente, o pequeno ganha do grande numa excepcionalidade, num contra-ataque ou numa falha da zaga. Mas o domínio do alvinegro nos dois jogos foi incontestável.
Isso remete a uma outra questão: o jogador de futebol vale o quanto ganha? De que adianta o Inter ter D'Alessandro, Dida e Juan, se o Nikão e o "vovô" Magno Alves põem todos no bolso?
Sem querer entrar numa discussão ideológica sobre o capitalismo, Neymar vale os R$ 3 milhões mensais que ganha no Barça? Fred vale os R$ 800 mil que recebe no Flu? E o que dizer dos R$ 900 mil que R10 embolsava no Galo?
A resposta é SIM para o primeiro caso e NÃO para os outros dois. E não se trata do fato de Neymar ser um craque em ascensão, Fred ser um cone e R10 ser o rei das baladas, mas apenas uma questão de retorno financeiro.
Neymar gera receita, e é natural que se beneficie com isso. Além disso, o Barcelona pode pagar, e também lucra com o negócio. E muito! O Real Madrid praticamente já tirou a despesa com o jovem astro colombiano James Rodríguez com ações de marketing e venda de camisas.
Os gigantes espanhóis têm caixa pra bancar grandes aquisições. E o Brasil tem apenas a Caixa...
Caiu a ficha dos grandes patrocinadores privados, que estão deixando de investir no futebol, pois o retorno não é mais o mesmo.
Sobrou, então, para o governo. A Caixa Econômica Federal virou o grande financiador do nosso futebol. Nem dá pra saber com exatidão a relação completa dos agraciados, mas uma rápida pesquisa no Dr. Google nos traz uma lista bem longa: ABC, América (RN), ASA (AL), Atlético(GO), Atlético (PR), Avaí, Ceará, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Figueirense, Fortaleza, Flamengo, Paraná, Paysandu, Remo, Sport, Vasco, Vitória (BA)...
Na maioria dos casos - se não em todos - o patrocínio é motivado por pressões políticas. Vale verificar se todos os apadrinhados estão em dia com suas obrigações fiscais e trabalhistas. Duvido.
Mesmo com esse reforço artificial, o combalido futebol brasileiro simplesmente não comporta os astronômicos salários que paga aos jogadores medianos que não encontram espaço no futebol europeu. Os clubes estão em sérias dificuldades, alguns à beira da bancarrota, atolados em dívidas impagáveis. E ainda assim seguem contratando. Há os que pagam os salários e aumentam o rombo... e há os que não pagam.
A final da Libertadores entre os esforçados argentinos e paraguaios nessa mesma quarta-feira também foi emblemática. Nem mesmo com muito mais poder de fogo econômico – se comparado aos rivais da América do Sul – os brasileiros conseguiram alguma coisa no torneio continental, onde não alcançaram nem mesmo a semi-final.
O fato é que a situação já ficou inadministrável para alguns, que já não têm nem mesmo a capacidade de “empurrar com a barriga” os compromissos. Botafogo (RJ), Paraná e CRAC (GO), por exemplo, estão por um fio. O Clube goiano está, inclusive, abandonando a Série B.
Pra completar o quadro, esta semana, até as desamparadas meninas do futebol feminino repetiram os marmanjos e tomaram uma sacolada das alemãs: 5 a 1.
Haja gol da Alemanha...
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