Hoje estou aqui estreando esse espaço concedido pelo grande Sérgio Camelo para
dar meus pitacos sobre esporte.
Para
começar, quero compartilhar com vocês minhas impressões sobre a final do US
Open 2012, vencida pelo britânico Andy Murray.
Quem
acompanha tênis com freqüência sabe que um dos fatores decisivos para o jogo de
qualquer tenista é a confiança que ele tem em seu jogo. Essa confiança – aliada
aos treinos, é claro – faz com que o tenista assuma maiores riscos no jogo e
parta mais para as linhas, ou seja, para as bolas mais anguladas ou profundas
muito próximas das linhas que delimitam a área de jogo.
Dito isso, o tênis masculino hoje é dominado por aquilo que podemos chamar de Four de Ases: Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray. Dos quatro tenistas, apenas o escocês ainda não havia ganhado um grand slam. Murray, até o ano passado, sempre chegava às semifinais, mas sempre esbarrava em um dos outros três Ases e irremediavelmente perdia.
Pois hoje, ele finalmente venceu seu Grand Slam, o US Open, com uma vitória na final em cima de Novak Djokovic, em um jogo que teve duração de 4 horas e 53 minutos, uma verdadeira maratona de tênis.
Se analisarmos melhor, a vitória de Andy Murray começou com sua vitória nas olimpíadas de Londres, obtendo a medalha de ouro para seu país, numa decisão contra Roger Federer, que poucas semanas antes o derrotara na final de Wimbledon. O suíço estava atrás do único título de grande torneio que não havia ganhado em sua brilhante carreira.
Foi a partir dessa vitória que Murray começou a pensar: “Eu posso ganhar dos caras”. A confiança subiu e, quando isso acontece, essa força mental ajuda até no preparo físico. Tudo isso se refletiu no jogo de hoje contra Djokovic. Djokovic que tem a grande façanha de fazer o Nadal arquear os joelhos e demonstrar cansaço em vários jogos ultimamente.
Pois na final de hoje, quem arqueou os joelhos foi o sérvio, ao final do sétimo game do quinto set. Aliás, a nota negativa do jogo foi a vaia do público americano para Djokovic quando ele pediu atendimento médico, porque pensaram que estava querendo esfriar o jogo. Convenhamos, é muita estupidez alguém achar isso de um cara que joga quase 5 horas direto.
Murray venceu e agora entra para outro patamar dentro do four de ases. Se antes ele era o patinho feio dos quatro, agora é detentor de uma medalha de ouro e de um Grand Slam, além de ser o único com a façanha de ganhar as olimpíadas e o US Open logo na seqüência.
Como diz aquele ditado popular, depois que abriu a porteira, passa uma boiada. Talvez a porteira do Andy Murray tenha sido aberta com a medalha de ouro e agora o negócio é segurar o homem.
Marcelo
de Souza Bastos
Assessor
Máster de Inovação na Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil
Gosta de acompanhar qualquer esporte, desde bolinha de gude até jogos de inverno como o curling com suas vassourinhas
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