domingo, 4 de maio de 2014

Decepção!

Goree, Guilherme, Osimani e Hernández: derrota no NBB
Mais uma vez, o UniCEUB/BRB/Brasília foi eliminado do NBB pelo São José. E de novo nas quartas de final. Mas ao contrário de 2013, quando perdeu por 3 a 2, dessa vez o Lobo Guará tomou acachapantes 3 a 0. Como agravante, o São José havia passado raspando no mata-mata com o Palmeiras, jogou desfalcado de dois dos seus principais jogadores – Fúlvio e Dedé – e nem teve o privilégio de jogar em casa efetivamente, pois as duas primeiras partidas foram no DF e a terceira foi realizada de portões fechados.
No Nilson Nelson, o armador Manny Quezada arrebentou, com nada menos que 75 pontos convertidos nos dois jogos. No confronto final, no entanto, o dominicano teve atuação discreta, e foi o pivozão Caio Torres (ex-Flamengo) que fez a diferença.
A decepção candanga é ainda maior em função da expectativa gerada pelos investimentos da equipe para esta temporada. A legião estrangeira, formada pelo técnico argentino Sérgio Hernández, pelo pivô americano Marcos Goree e pelo armador uruguaio Martín Osimani, fez a apaixonada torcida brasiliense acreditar numa boa temporada.
No segundo jogo contra o São José, o que se viu foi o trio sendo vaiado, o que chega a ser surpreendente, pois a característica da torcida local sempre foi apoiar e aplaudir o time em quaisquer circunstâncias.
Em relação ao técnico, a maior crítica refere-se à incapacidade do “Ovelha” em reverter situações desfavoráveis durantes os jogos. O ex-treinador da seleção argentina não teria explorado adequadamente o potencial do banco de reservas, que contava com jovens talentos como Ronald e Isaac.
O norte-americano Goree mostrou-se apático – talvez pelo peso dos seus 36 anos de idade – e passava sempre a impressão de poder fazer mais no garrafão. Já Osimani parecia mais disposto a dar espetáculo do que contribuir para o grupo, e abusava nas tentativas de três pontos, quase sempre equivocadas.
A contusão de Giovanonni e a queda de rendimento de Alex, Arthur e Nezinho completaram o quadro de problemas.
A disputa pelo título da NBB prossegue com o São José - classificado às semifinais – mais Flamengo, Limeira, Paulistano, Bauru, Franca e Mogi.
Já o Brasília termina o ano apenas com o título sulamericano - a equipe fracassou também na Liga das Américas, o principal torneio do continente, vencido pelo rival Flamengo – e agora precisará de mudanças para voltar a ser a equipe vencedora de anos anteriores, quando conquistou quatro títulos nacionais.
É recolher os cacos, levantar a cabeça, mudar algumas peças e partir para a temporada 2014/2015.

sábado, 3 de maio de 2014

Ayrton: 20 anos

Nos últimos dias, um dos assuntos mais comentados do país foi os vinte anos da morte de Ayrton Senna.

Às 14h17 do dia 1º. de maio de 1994, a quebra da barra de direção de sua Williams fez com que o tricampeão mundial de fórmula 1 passasse reto na velocíssima Curva Tamburello do Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, Itália, e se chocasse violentamente contra o muro de proteção, a 300 km/h. Transportado para um hospital em Bolonha, Senna morreria poucas horas depois.

Acabava ali a carreira do maior ídolo do esporte nacional em todos os tempos, superando inclusive Pelé, um atleta de maior expressão mundial. Até hoje Senna desperta mais paixão, por sua exposição na mídia e pelas circunstâncias de sua morte.

Não há meio termo quando se fala em Ayrton: a maioria o adora, e alguns o detestam, muito em função do seu desafeto, o também tricampeão mundial Nelson Piquet.

Talvez eu seja um dos poucos que não o considerem nem herói nem vilão. Senna foi um esportista excepcional, um dos maiores pilotos da história, gostava de associar sua imagem ao país – ao contrário do brasiliense Piquet – mas também foi protagonista de alguns episódios pouco abonadores. Ou seja, um ser humano com qualidades e defeitos. Dele pode-se dizer muita coisa, menos que foi medíocre. 

A seguir, um resumo da polêmica carreira de Senna, morto aos 34 anos: 
  • Iniciou sua carreira na Fórmula 1 em 1984, na pequena escuderia Toleman-Hart, passando a seguir pela Lotus, McLaren e Williams; 
  • Foi na McLaren que ganhou seus três títulos mundiais. Em 1988, seu primeiro ano na escuderia, ganhou o campeonato num ano de predomínio total da escuderia inglesa, que ganhou quinze das dezesseis provas da temporada, oito com Senna e sete com Prost. Na penúltima corrida do ano, Ayrton teve problemas na largada, caiu para 14º. mas, numa excepcional prova de recuperação, ganhou e foi campeão por antecipação. Nesse ano, Prost fez mais pontos que o brasileiro (105 x 94), mas o regulamento previa o “descarte” dos cinco piores resultados, invertendo o placar para 90 x 87 pró-Senna;
  • 1989 foi o marco da rivalidade Senna x Prost. O francês conquistou o título na polêmica corrida do Japão, após “fechar” o brasileiro, que tentava ultrapassá-lo. Os dois saíram da pista, mas Senna conseguiu voltar e vencer a prova. Prost, no entanto, gestionou junto ao chefão da FIA – Jean-Marie Balestre, seu compatriota – a desclassificação  de Ayrton, e foi campeão “no tapetão”.
  • Em 1990, o troco. E novamente no Japão. Com Prost na Ferrari, Senna largou com tudo e já na primeira curva os dois se embolaram, saíram da pista e Ayrton  conquistou o bi. O resultado da prova foi uma dobradinha da Benetton, com os brasileiros Piquet e Moreno em primeiro e segundo, respectivamente.
  • Em 1991 a Williams começou a se sobressair, mas Senna conquistou o tri “no braço”, vencendo o “leão” Nigel Mansell. Foi o ano da despedida de Piquet e da estreia de Schumacher, ambos pela equipe Benetton; 
  • Em 1992 e 1993 só deu Williams, com Mansell e Prost, respectivamente. O francês, que havia parado em 92, assinou no ano seguinte com a Williams, com uma cláusula que impedia a escuderia de contratar Ayrton Senna, que permaneceu na McLaren e ainda venceu cinco provas e foi vice-campeão, mesmo com um carro nitidamente inferior;
  • Em 1994, com Prost aposentado, Senna conseguiu a vaga na Williams, mas as mudanças no regulamento fizeram com que o carro já não predominasse sobre os demais. Ayrton não chegar a marcar um único ponto, abandonando as duas primeiras corridas do campeonato. A terceira seria o fatídico Grande Prêmio de Ímola.
Um dos bons materiais publicados recentemente sobre o tema é uma série de textos publicados pelo jornalista Livio Oricchio, denominada “O que você ainda não sabe sobre a morte de Senna, 20 anos depois” (veja em http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2014/04/28/20-anos-sem-senna-cronicas-de-um-heroi-brasileiro.htm).