domingo, 28 de outubro de 2012

Porco de Lata


Realmente, é o absurdo dos absurdos! O Palmeiras chiou, pediu a realização de novo jogo, reclamou da arbitragem contra a anulação de um gol de mão, intencional, claríssimo, no jogo desta semana contra o Inter (RS).

Com o perdão dos trocadilhos, o pirata Barcos meteu um gancho de direita para tentar evitar que sua esquadra afundasse ainda mais. Uma porcaria... Num primeiro momento o juizão caiu na dele, mas alguém do lado de fora dedurou a trambicagem...   

A discussão sobre o que levou o árbitro a voltar atrás até procede, mas o clube – e de resto a imprensa esportiva – deveria ter um mínimo de bom senso e mudar o foco da discussão. O sr. Milton Neves, por exemplo, fez apenas mais uma de suas famosas (e de gosto mais que duvidoso) piadas...

Temos mesmo que repensar nossos valores...

Há pouco mais de dois anos, durante a Copa do Mundo da África do Sul, logo após Brasil 3 x 1 Costa do Marfim, publiquei o texto abaixo em um outro blog (sergiocamelo.blogspot.com). Leia os três últimos parágrafos, em negrito, e imagine o porquê de eu ter resgatado esse post...

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Copa de Lata

O Egito é a África branca, árabe, do norte, do bom futebol. Tricampeões da copa africana de nações, os egípcios têm a melhor seleção, mas por um desastre – derrota num jogo extra contra a Argélia – estão acompanhando a Copa do Mundo de longe, no outro extremo do continente.

Mas alguns habitantes da própria África do Sul estão tão ou mais distantes da grande festa do futebol. São os moradores da Blikkiesdorp – “cidade de lata”, em africâner.

O autointitulado “governo de integração”, formado em grande parte por aqueles que ajudaram a acabar com o apartheid racial, oficialmente extinto na década de 90, implementou uma nova forma de apartheid, agora social, com um único objetivo: esconder do mundo a pobreza de uma das sedes da copa.

A população “indesejável” de Cape Town (Cidade do Cabo) – moradores de rua, imigrantes pobres, portadores do vírus HIV – foi confinada num assentamento, localizado a vinte km da metrópole, formado por milhares de barracos de zinco, que potencializam o frio no inverno e o calor no verão. Estima-se que cerca de dez mil pessoas vivam no local atualmente, que é totalmente cercado por arame farpado e cujo único acesso é rigidamente controlado por policiais.

Talvez pela triste história dos excluídos sul-africanos, elegi o Paraguai como minha zebra favorita. Explico. Há cerca de 150 anos, o país era uma potência econômica na América do Sul, e foi sufocado por Brasil, Argentina e Uruguai – se não bastasse, ainda apoiados pela Inglaterra – na Guerra do Paraguai. De lá para cá, o país nunca mais conseguiu se reerguer. Dentre todos os países da Copa, seu IDH só é superior ao dos africanos e ao de Honduras.

Injustiças nunca deixarão de ocorrer. No entanto, pelo menos, mantenhamos o inconformismo... e a isenção. Há pouco tempo, todos crucificamos o decadente Henry, que dominou a bola no braço duas vezes, antes de dar o passe para o gol que classificou a (mais decadente ainda) França para a Copa, na repescagem contra a Irlanda. Esta semana tivemos algo “fabulosamente” parecido, só que a nosso favor. Nenhuma manifestação de indignação.
 
2009, Auxerre x Olympique, pelo campeonato francês. O atacante Koné, do Olympique, recebe cartão vermelho. Valter Birsa, meia do Auxerre, se dirige ao árbitro e o convence a reverter a expulsão, por considerá-la injusta, numa inédita demonstração de fair play.

Imaginem se Luís Fabiano faz o mesmo, assume a irregularidade e pede ao Sr. Stephane Lannoy que anule o seu tento. Talvez isso nem fizesse falta à trajetória do Brasil. O Fabuloso escreveria para sempre o seu nome entre os grandes do futebol mundial. E seria um golaço, hein?


domingo, 14 de outubro de 2012

Mãe Dinah presta contas... e conhece Quixadá


Bem, mãe Dinah Camelo não acertou tudo, mas chegou perto. Vamos aos prognósticos e seus resultados.

Conforme previsto, Murray venceu Federer. No dia seguinte, teve vários match points contra Djoko. Mas o sérvio virou.

Santa Cruz x Fortaleza não foi o maior público da rodada, mas por muito pouco: 25.306 pagantes, contra os 27.529 de Grêmio x Botafogo. E o Leão me derrubou, virando sobre a cobra coral (2x1). Cravei empate.

No brasileirão, o São Paulo entrou na zona da Libertadores. Ponto para a Mãe, que previu ainda que o Flu não ganharia da Ponte. O juizão – que não gosta da vidente – arrumou dois gols absurdos e não deixou a previsão se concretizar.  

Moto GP: cantei o pódio com Pedrosa, Lorenzo e Dovi, nessa ordem. Cravei os dois primeiros e o italiano foi quarto. Quase...

Fórmula 1: Vitória de Vettel, Alonso no pódio e Felipe como fiel escudeiro. Praticamente o que dissemos.   

UFC Rio 3: conforme as previsões, a brasileirada ganhou quase tudo. Óbvio. Adversários escolhidos criteriosamente. Muito fraquinhos. Os poucos que tinham algum nível trituraram os brazucas. Sobrou para Erick Silva e Wagner Caldeirão, massacrados por John Fitch e Phil Davis respectivamente. Davis, aliás, que já havia encerrado a luta anterior entre os dois com uma dedada. No olho, bem entendido.

O cara que lutou com o Minotauro, então, coitado. Ainda estava tonto da porrada que levara do pançudo Roy Nelson há alguns meses. Mas a Dinah tupiniquim escorregou mesmo foi na luta do conterrâneo Rony Jason. O “caba” do Quixadá (vide post Barão x Neymar) ganhou bem, mas falou besteira na entrevista logo depois: “dedico essa vitória aos que não acreditaram na minha falta de dedicação (sic)...”

Pra encerrar, uma dica para quem gosta de um turismo diferente. Vale a pena conhecer a terra do lutador mascarado. 

Quixadá fica a cerca de 160 km de Fortaleza e é conhecida como a terra dos monólitos (ou monolitos), estruturas geológicas constituídas por uma única e maciça formação rochosa, com destaque para a Pedra da Galinha Choca (foto), próxima ao imenso açude do Cedro,  construído ainda no século XIX por ordem do imperador D. Pedro II, uma das primeiras obras de combate a seca de que se tem notícia.

A Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, é uma interessante e tranqüila opção de hospedagem em Quixadá. É por lá que mãe Dinah Camelo vai repousar antes das próximas previsões. 

Até lá...  

sábado, 13 de outubro de 2012

Profecias de Mãe Dinah Camelo


Quem gosta de esporte tem todos os motivos do mundo pra ficar em casa este final de semana... e matar de raiva a família, amigos e quaisquer outros compromissos. Mãe Dinah dá seus palpites (em negrito).  

Já nesta manhã de sábado, um jogaço de tênis entre Federer e Murray, pelo Masters de Xangai. Está em andamento, mas o Murray vence. Na final contra Djokovic, ganha de novo. Minha internet caiu, vim publicar o texto numa lanhouse. É possível que a semifinal já tenha terminado, e minhas previsões já estejam se confirmando (ou não).

Mais tarde tem o grande clássico Santa Cruz x Fortaleza pela série C. Vou dar meu primeiro prognóstico: Vai ser o maior público da rodada, dentre todas as divisões. Dois clubes que, por sua história e, principalmente, suas torcidas, poderiam (deveriam) estar na primeirona. Mas no jogo deve dar empate.

Mais tarde tem Moto GP, Fórmula 1 e, claro, o UFC, com o tricolor novamente “em campo”, representado pelo pequeno-grande quixadaense Rony Jason (ver texto Barão x Neymar neste blog).

Tem também os jogos da série A, mas essa não tem mais graça. Tudo definido, campeão, Libertadores, rebaixados... Podem me cobrar depois. Campeão, óbvio, Fluminense. Libertadores: Atlético (MG), Grêmio e São Paulo (que atualmente está de fora). Rebaixados: Atlético (GO), Figueirense, Sport e Palmeiras. Mas pra não passar batido, a zebra da rodada: o Flu não ganha da Ponte.

Na segundona, sobem Vitória, Criciúma, Goiás e Atlético (PR) (que também está fora, no momento).

Outras previsões: na Moto GP, vou cantar o pódio todo: Dani Pedrosa em primeiro, Jorge Lorenzo, administrando o campeonato, em segundo, seguido por Dovizioso.  

Fórmula 1: Vettel em primeiro, rumo ao título, Alonso em segundo. Massa fica, como sempre, ali pelo sexto lugar (isso se não bater). E o Galvão vai dizer que ele fez uma bela corrida e que, com isso,  está garantido na Ferrari no ano que vem. Mas isso até o porteiro do prédio adivinha.

UFC: Que me perdoem os conterrâneos, mas o mascarado Jason perde. Acho que será a última luta do card preliminar.

No principal, os brasileiros devem ganhar quase todas (se não todas), até porque os combates são montados pra isso. O Minotauro, por exemplo, vai pegar Dave Hernan, um cara que perdeu sua luta para o gordinho Roy Nelson... Brincadeira... 

Se Ted Boy Marino ainda estivesse vivo, talvez arrumassem uma luta pra ele também. 

Assim fica fácil fazer previsão...