Depois de muito tempo – talvez anos
– resolvi assistir a um jogo inteiro da seleção brasileira. Foi Brasil x
Dinamarca, nesta manhã de sábado. Não sei se é porque minhas expectativas eram
muito ruins, mas me surpreendi com o futebol razoável que o time de Mano
Menezes apresentou, pelo menos no primeiro tempo. No segundo voltou ao normal.
Horrível. No final, vitória tranqüila por 3x1.
Tudo bem que os escandinavos não
são nenhuma potência, mas jogaram com sua seleção principal, enquanto o Brasil
tinha uma base olímpica, e ainda assim desfalcada de Neymar, Ganso e
Rafael, todos com idade abaixo de 23 anos.
Resumindo, acho que temos alguma
chance nas Olimpíadas, até porque é um torneio curto, com apenas dezesseis
equipes. Das grandes potências, somente Brasil, Espanha, Grã-Bretanha e Uruguai.
Para os desavisados, nessa competição, Inglaterra, Escócia, País de Gales e
Eire competem sob a mesma bandeira.
Os jogos começam em 26 de julho,
e o Brasil está no grupo C, ao lado de Egito, Bielorrússia e Nova Zelândia.
Já para 2014, a história é outra.
Estamos claramente num período de entressafra, atrás de seleções como Espanha e
Alemanha e, na melhor das hipóteses, no mesmo nível de Uruguai, Inglaterra,
Argentina, Holanda e outras.
Uma breve análise da seleção, setor por setor.
Goleiro: a era Júlio César
acabou. Jéferson, Diego Alves, Rafael, Vítor e Neto têm sido convocados. Mas
não há unanimidade. E ninguém passa a segurança necessária numa posição tão
crítica.
Laterais: Maicon sumiu. Dani Alves
e Marcelo são os donos das posições, mas precisam baixar a bola. O fato de
serem estrelas de Barça e Real, respectivamente, inflou seus egos. Se um empresário comprar os dois pelo que eles
jogam e vender pelo que eles acham que jogam, ficará riquíssimo. Marcelo,
aliás, nem é titular absoluto no clube merengue. Não há renovação nessas
posições no Brasil.
Zagueiros: Thiago Silva é
absoluto. Dedé e David Luiz devem brigar pela outra posição. Ainda tem os
aposentáveis Lúcio e Luisão. Esse setor parece não ser problema.
Volantes: Pra mim, os nomes
seriam Paulinho e Ramires, mas Mano considera o segundo muito ofensivo, e, se
escalá-lo, será como terceiro homem. Ernanes é outro com características
ofensivas. Elias é forte na marcação.
Meias: o assunto sempre começa
com PH Ganso. Quando ele surgiu, junto com Neymar, achei que seria o grande
nome do futebol brasileiro na década. Mas, além das contusões, falta energia,
pegada. Mas o Brasil inteiro ainda aposta suas fichas nele. Lucas e Oscar são
as outras esperanças. E ainda esperamos eternamente pelo retorno de Kaká, que anda
descansando bastante no banco de reservas do Real. Por favor, não me falem de
Ronaldinho Gaúcho!
Atacantes: falar de Neymar é chover
no molhado. Pato não decola nunca. Hulk é a grande estrela do Porto. Foi bem contra
a Dinamarca. Às vezes lembra o Adriano dos áureos tempos, pelo arranque,
disposição e chute potente, embora jogue mais fora da área. Leandro Damião
também é outra boa aposta.
No geral, muito pouco para quem
quer ganhar uma Copa do Mundo. Mas, dependendo da emissora de TV que você
assistir, podemos até nos considerar favoritos...