domingo, 12 de agosto de 2012

Bernardo, Bruno e o Dia dos Pais


No dia em que o Brasil perdeu a final do vôlei masculino para a Rússia, Bernardinho declara que vai repensar se continua na seleção no próximo ciclo olímpico, e que Bruninho pesará em sua decisão.

Pesará pra que lado? Ele não disse.

Emblematicamente, esse domingo é o dia dos pais. Digo isso exatamente porque essa declaração de Bernardinho está relacionada à polêmica que o fato de ser pai do levantador da seleção provoca.


Bruninho está sempre sob suspeita. Quando Ricardinho retornou à seleção, o cortado foi Marlon, e ele saiu atirando, dizendo que sabia ser ele o “guilhotinado”. Ricardinho retornou, mas ficou no banco a maioria das vezes, e mais uma vez deu tititi.

Ora, quem conhece minimamente vôlei e acompanhou o grupo nos últimos meses sabia que Bruno estava numa fase claramente superior a Marlon. Quanto a Ricardinho, fez uma excelente super-liga – embora até inferior a William, levantador do campeão Cruzeiro – mas na seleção não rendeu o esperado.

Ou seja, Bruno é o levantador brasileiro mais completo da atualidade, mas está sempre na berlinda, por ser o “filhinho do papai”. E Bernardinho, inteligente como é, talvez ache melhor sair do caminho para não embaçar a carreira do filho.

Lanço aqui uma idéia: porque não “destrocar” o que foi feito há alguns anos, devolvendo Zé Roberto pro masculino e Bernardinho pro feminino?

sábado, 11 de agosto de 2012

Cadu e o Brasil que ganhava


Mais uma vez, não deu pra seleção do Mano. Lembrei da última vez em que vi ao vivo a amarelinha em campo. Não era esse timeco, mas também não era lá essas coisas. 

O que me motivou a ir ao estádio foi uma causa nobre. 

Há uns quatro anos, minha equipe tinha um menor estagiário muito gente boa, o Cadu, que era querido por todos, adorava futebol e ainda por cima era bom de bola. Cadu era o nosso meia-atacante, infernizando a vida dos adversários com sua habilidade e velocidade nos torneios do Banco.

Quando ele me falou que nunca tinha ido a um estádio, prometi levá-lo tão logo aparecesse a  oportunidade.  

Um dia, chamei o Cadu e informei:

- Amigão, eu gostaria de levar você para o melhor jogo que houvesse aqui em Brasília. Infelizmente, o time que poderia proporcionar um espetáculo grandioso pra você assistir – a máquina do Fortaleza, o grande tricolor de aço – não vai se apresentar por aqui tão cedo. Portanto, quarta-feira que vem vou lhe levar para um joguinho de segunda categoria no Bezerrão, belê? 

Seus olhos brilharam. O moleque era muito bem informado para saber que naquele dia o estádio do Gama seria reinaugurado com a presença simplesmente dos dois maiores jogadores do mundo na época, Kaká e Cristiano Ronaldo. O jogo era Brasil e Portugal, ganhamos por 6 a 2 e nossa seleção deu show!

Hoje, alguns anos depois, meu amigo Cadu já encerrou seu estágio, virou atleta e está na batalha para vencer na vida.

Com certeza, o Banco, as dezenas de amigos que conquistou e aquele inesquecível 19 de novembro de 2008 o acompanharão para sempre!

domingo, 5 de agosto de 2012

Murray e Einstein


Hoje, vendo a final do tênis, lembrei de uma história de Einstein, quando ele estava viajando na sua teoria da relatividade, lá pelos idos de 1900.

No início do século XX, França e Alemanha já não se bicavam, e os estudos de Albert, de certa forma, eram uma continuidade dos trabalhos de um matemático francês, um tal de Poincaré,  talvez parente da Pocahontas, sei lá...

 Pois bem, Einstein dizia que, se a sua teoria estivesse correta, os alemães iriam enaltecê-lo como legítimo representante da raça ariana. Já os franceses diriam que ele era um cidadão do mundo. 

Agora, se o descabelado físico estivesse errado, os franceses fariam questão de dizer que ele era alemão, e os germânicos diriam que obviamente isso só poderia ser coisa de judeu... Alguns dizem que a frase é diferente, que envolve americanos e suíços, mas deixa assim mesmo.

Bom, mas o que isso tem a ver com o começo da história? É que o desequilibrado Andy Murray, eterno número 4 do mundo, acaba de decidir a medalha de ouro do tênis contra o mito Roger Federer. E aleluia! Ele venceu, em incontestáveis 3x0!

Parafraseando Einstein, se ele tivesse perdido, os ingleses fariam questão de lembrar que Murray é escocês, que deveria ter jogado de kilt (aquela saia de tocador de gaita de fole, que refresca o próprio...) etc, etc. Como venceu, com certeza irão enaltecer o feito do grande tenista britânico!

Para encerrar, outra célebre e polêmica frase de Einstein, que era genial também nas suas tiradas:

“Duas coisas são infinitas: o universo e a burrice humana. Mas a respeito do universo ainda tenho dúvidas.