E a Copa acabou, deixando um
gostinho de “quero mais” para quem aproveitou.
A Alemanha foi campeã com
justiça, apesar de só ter encontrado vida fácil contra Portugal (4x0) e Brasil
(melhor não lembrar quanto foi...). Gana, Estados Unidos, Argélia, França e,
claro, a Argentina, deram muito trabalho aos tetracampeões.
Messi foi eleito o craque da
copa. Essa escolha tem um grave problema: a votação é realizada após a
semifinal, e os jurados avaliam as atuações passadas, mas também meio que
tentam adivinhar como será a final. Foi assim em 2002, quando o eleito Kahn foi
o grande responsável pela derrota contra o Brasil, ou mesmo em 1998, quando
Ronaldo ganhou o prêmio e quem brilhou mesmo foi o franco-argelino Zidane.
Em 2014, o melhor, disparado, foi
o cai-cai Robben. Neymar e Rodríguez seriam candidatos, mas saíram cedo demais.
Destaque também para os goleiros, como Neuer, Howard, Ochoa e Navas.
Um dos grandes prazeres nessa
copa foi conhecer pessoas de todas as partes do mundo. Cada jogo era uma festa e
o clima era quase sempre de muita diversão e integração. Na primeira fase, em
especial, era comum ver torcidas adversárias se confraternizando. No quesito
empolgação, destaques para as torcidas do México e Colômbia.
Bom, mas a Copa se foi. Enquanto
organização, receptividade e calor humano, o Brasil foi 10! Já no futebol...
Bem, nossa seleção pecou por não reconhecer suas limitações, e a cobrança pelo
título era desproporcional. Naufragamos no emocional.
E ficaram os estádios. A maior
parte será, realmente, um legado para o país, apesar do superfaturamento de
alguns (senão de todos). O “Impressorão” (SP), o Maracanã, o Mineirão e outros,
certamente continuarão a ter alguma utilização. A preocupação é com as cidades
sem nenhuma tradição futebolística, como Manaus e Cuiabá. Sob esse aspecto,
Belém e Goiânia seriam sedes mais “naturais”, apesar do menor apelo turístico.
Bom, agora só daqui a quatro
anos, na Rússia, outro país de dimensões continentais. Ao Brasil, resta
recolher os cacos e buscar retomar o rumo das vitórias. É bom lembrar que hoje
todos são unânimes nas críticas à seleção, mas antes da semifinal o oba-oba era
generalizado.
Todos criticam os dirigentes da CBF,
o ultrapassado Felipão, o “cone” Fred e o “poste” Jô, mas não há consenso sobre
quem deveria estar em seus lugares. O fato é que, com raríssimas exceções, a
geração atual de boleiros é muito fraca, especialmente no meio-campo.
Resta esperar que até 2018 nossa
seleção se reinvente (como já o fez tantas vezes) e possa brigar novamente em
pé de igualdade com as outras potências.
Até lá, o país do futebol é a Alemanha.