Oscar atleta: bola cheia |
Oscar torcedor: bola murcha |
Quem não adora participar da famosa “ola”, uma coreografia que se popularizou na Copa
do Mundo de 1986, no México?
Nesta olimpíada, por exemplo, quase tão emocionante quanto a
entrega de nossas jogadoras do futebol feminino na suada vitória sobre a
Austrália, nos pênaltis, foi o comportamento da torcida no Mineirão, que
“adotou” nossas meninas, um pouco em função da rejeição aos marmanjos do
masculino, que decepcionaram nos dois primeiros jogos e, mesmo deslanchando nos
seguintes, contra Dinamarca e Colômbia, já não têm a mesma parceria com a
galera.
Nossos craques são vaidosos e imaturos.
Mas da mesma forma que torce no futebol, no vôlei e em
outros esportes coletivos, o brasileiro assume uma postura ruim em esportes individuais,
como a ginástica e o atletismo, onde o atleta compete essencialmente contra si próprio, e não é legal torcer contra nossos adversários, ou pelo menos explicitar
essa torcida ao ponto de prejudicar seu desempenho.
Assim é que, na brilhante conquista do ouro e do recorde
olímpico pelo jovem Thiago Braz no salto com vara, o ex-campeão e recordista
mundial Renaud Lavillenie reclamou da ausência de fair play da torcida brasileira em relação a ele e aos outros
competidores estrangeiros.
O francês tem razão.
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- O Chile vai cair!!!
Já fazem quase dez anos. Mas nunca esqueci da desrespeitosa
e deselegante torcida do Sr. Oscar Schmidt, ex-astro do basquete brasileiro,
“secando” os adversários dos ginastas brasileiros no pan de 2007.
Que o torcedor comum aja desse jeito, discordamos, mas
entendemos. É da nossa cultura. Esse comportamento, no entanto, é inadmissível
para um ex-atleta, ídolo do esporte e formador de opinião. Muitos adoraram e
aplaudiram o “mão santa” conduzindo a tocha pelas ruas e carregando nossa
bandeira na abertura dos jogos.
Eu não.
Oscar Schmidt não representa o espírito olímpico.
Oscar Schmidt não me representa.