segunda-feira, 27 de junho de 2016

Terra do Gelo e do Futebol


Islândia: paisagens deslumbrantes e bom futebol

Ceilândia, no Distrito Federal, tem dois clubes de futebol: a Sociedade Esportiva Ceilandense e o Ceilândia Esporte Clube. Você imaginaria essa cidade satélite formando um time competitivo apenas com nascidos na cidade, e esse time chegando à Libertadores da América?

Pois bem, o feito da seleção islandesa é equivalente a isso. Enquanto Ceilândia tem cerca de 400 mil habitantes, o gelado país do norte europeu tem bem menos: 330 mil.

Essa minúscula nação vem colecionando feitos no esporte: chegou à repescagem nas eliminatórias europeias para a Copa de 2014 e classificou-se para a fase final da Euro 2016, chegando à frente da Turquia e eliminando ninguém menos do que a poderosa Holanda.

Na França, a Islândia continua surpreendendo. Na primeira fase, classificou-se em segundo na chave – à frente de Portugal, do arrogante Cristiano Ronaldo, que desdenhou os islandeses após o empate entre ambos – e, nesta segunda, surpreendeu o mundo, vencendo de virada a poderosa Inglaterra, que viveu o seu segundo Brexit em poucos dias.

Um narrador da TV islandesa não se conteve:

- Þú getur skilið Evrópu! Þú getur farið til helvítis þeir vilja!

Aos que não têm familiaridade com o idioma local, traduzo:

- Vocês podem sair da Europa! Vocês podem ir para o inferno que quiserem!  

É inevitável a comparação com o Brasil. A CBF contabiliza exatos 28.203 jogadores profissionais no país; a Islândia 100. Isso mesmo: 0,3%. Mas enquanto nossa seleção passa uma vergonha atrás da outra, o país dos vulcões e das gigantescas geleiras assombra o mundo com os resultados do seu futebol sem estrelas, mas muito eficiente.       

Nas quartas de final, no Stade de France, os anfitriões que se cuidem. A Islândia quer seguir fazendo história.   



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