Em 2010, durante a Copa da
África, Luís Fabiano fez um gol contra a Costa do Marfim após dominar com o
braço. Já naquela época, escrevi que teria sido um golaço se ele tivesse se
acusado para o juiz, coisa que, obviamente, ele não fez.
Apesar de sermos os
especialistas, picaretagem não é prerrogativa apenas de nós brasileiros. Na
repescagem das eliminatórias europeias daquela mesma Copa, Henry protagonizou o
episódio conhecido como Mão da Gália,
ao dominar com o braço e dar o passe para o gol que classificaria a França para
o mundial, eliminando a Irlanda.
E quem não lembra de La Mano de Dios de Dom Diego em 1986?
Neste domingo, mais um episódio
da série “somos contra a corrupção ou apenas contra a corrupção que não nos beneficia?”.
R. Caio e Jô: Os opostos |
Em abril, o zagueiro Rodrigo Caio
causou polêmica ao informar ao árbitro do clássico São Paulo x Corínthians que
ele se equivocara ao aplicar um cartão amarelo para o atacante alvinegro Jô.
O tricolor recebeu elogios, mas
também foi criticado, inclusive por seu chefe Rogério Ceni, um pseudo-politicamente-correto,
embora de forma velada.
Na ocasião, Jô foi à imprensa
declarar que Rodrigo Caio teve “... atitude de homem”.
Pois bem. Eis que o ídolo corinthiano
teve sua chance de demonstrar a mesma grandeza.
E falhou.
Ao fazer com o braço o gol que
deu a vitória contra o Vasco, Jô declarou:
- Eu me joguei na bola. Não sei
onde bateu.
Mentira.
Talvez, de cabeça fria e orientado
por sua assessoria, o atacante pudesse ter se saído como algo como “não sei se
quando toquei a mão na bola ela já estava dentro do gol”.
O árbitro de linha estava a uns
três metros do lance e também não falou nada. Talvez possa alegar que sua visão
estava encoberta pela trave.
Martín Silva, do Vasco e da
seleção uruguaia, mostrou que além de bom goleiro também se sai bem com as palavras:
- Quem tem fair play briga pra não cair; quem não tem é campeão.
Um retrato do Brasil.