domingo, 30 de dezembro de 2012

O pequeno-grande


Com a entressafra de esportes como o futebol, a F1 e a MotoGP,  voltei minhas atenções para o basquete, que tem a vantagem de sempre ter grandes eventos aqui em Brasília, até pelo fato de contarmos com o grande papão de títulos do esporte nos últimos anos.

O UniCEUB/BRB/Brasília é tricampeão brasileiro e seus jogos contra o grande rival Flamengo são sempre de arrepiar!

Há algumas semanas, no Ginásio da Asceb, assisti a um jogo bastante divertido e descontraído, até porque o adversário do Brasília – o Amistad, da cidade boliviana de Sucre – era a equipe mais fraca do grupo na primeira fase da liga sulamericana (os brasilienses acabaram vice-campeões do torneio, atrás do Regatas Corrientes da Argentina, a quem haviam vencido na primeira fase).

O Brasília já abrira uns trinta pontos de frente, quando Julio Mendoza entrou em quadra pelos bolivianos. O pequeno armador, de apenas 1,65m de altura, parecia um anão, brigando contra gigantes como Tischer, Alírio, e Cipriano.

Foi só pegar na bola, Mendoza foi logo cravando uma cesta de três pontos. E outra. E mais uma. Pronto: foi o suficiente para a galera ir ao delírio!

A torcida do Brasília é apaixonada e barulhenta, e normalmente inferniza a vida dos adversários. Mas aquela noite foi diferente. Mendoza não conseguiu virar o jogo, mas foi adotado pela galera, e atraiu toda a simpatia dos presentes para si. De repente, todo o ginásio gritava em uníssono:

- Mendozaaa! Mendozaaa! Mendozaaa!

E ai de algum jogador candango que ousasse roubar a bola do camisa 1 boliviano. Era vaia na certa.

Fim de jogo, goleada brasileira, 128 x 75. Mas o grande vencedor vestia azul. O cara do jogo era Mendoza. Ele deu entrevista para o Sportv, para o Globo Esporte, deu autógrafos, tirou fotografia ao lado de torcedores e até dos adversários. Todos queriam abraçá-lo.

Naquela noite de terça-feira, na 903 Sul, o tampinha boliviano teve sua noite de glória...

 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Basquete Cabeção



Esses dias, conversando com o talentoso ala/pivô Ronald Reis, do UniCeub/BRB/Brasília, brinquei dizendo que sua equipe teria muito trabalho com o “calouro” do NBB 2012/2013, o Sky/Basquete Cearense. Ele perguntou por que, e riu bastante ao perceber que eu estava apenas tirando uma onda com meus conterrâneos:

- Já pensou, aquele monte de cabeção espalhado pela quadra? Será uma dureza arrumar algum espaço... 

Brincadeiras à parte, fiquei curioso com essa novidade. Afinal, a tradição do fortalezense nunca foi o basquete, e sim o futsal (quem não se recorda do Sumov, várias vezes campeão brasileiro e sulamericano nas décadas de 1970 e 1980?) e o vôlei de praia. 

Franco Neto/Roberto Lopes foram os primeiros campeões mundiais, ainda na década de 1990. Uma das melhores duplas femininas da história, Juliana/Larissa, sempre competiu pelo Ceará (as duas se separaram há poucos dias), apesar de nenhuma ter nascido no estado.  


Mas voltemos ao basquete. O Sky/Basquete Cearense (semelhante ao vôlei, há aquela chatice de batizar os times com nome e "sobrenome", o patrocinador mais uma denominação "genérica") tem apenas alguns meses de fundação. De cearense mesmo, praticamente só o escudo, estiloso e de muito bom gosto. Observe a composição da bola de basquete com a jangada - sempre ela - no mar.  

Quem está à frente do projeto é o Alberto Bial (irmão do “mala” do Big Brother), que passou vários anos no Joinville e veio para estruturar o clube e formar o elenco para a liga deste ano.


Ou seja, na prática, o time é basicamente “estrangeiro”. A base são jogadores oriundos do interior paulista, o grande provedor de talentos do nosso basquete. Recentemente, chegaram dois gringos, daqueles ciganos que trocam de país todo ano.


Primeiro veio o ala/pivô sérvio Radovan Dragovic, que já rodou por equipes cipriotas, romenas, sírias, sérvias e líbias. Na sequência, foi a vez do americano Robinson Jr, ex-NBA, que também já atuou na Argentina e na República Dominicana.


O elenco conta ainda com vários nomes experientes, como o ala Rogério Klafke, 41 anos, ex-seleção brasileira, Felipe, Drudi, dentre outros.


Vou conferir ao vivo os dois confrontos entre Brasília x Basquete Cearense pelo NBB, o primeiro dia 15 de janeiro próximo, na ASCEB; o jogo de volta em 5 de fevereiro, no tradicional ginásio Paulo Sarasate. Os dois estão em situação intermediária na tabela: o CEUB é o sétimo e Sky o nono.


 O campeonato deste ano está muito parelho. Pelo menos uns dez times se equivalem. Os favoritos são paulistas, mineiros e, claro, Flamengo e Brasília, a maior rivalidade do basquete brasileiro nos últimos cinco anos. O rubro-negro, após sete jogos, é o único invicto, e o Brasília ainda é a base da seleção brasileira.

Mas vamos ver o que o caçula cabeçudo pode aprontar...








sábado, 1 de dezembro de 2012

Game Over



Neste domingo o Brasileirão se despede. A Unimed... ops, quer dizer... o Fluminense é o grande campeão!

O título é incontestável, mas, pra quem tem determinado plano de saúde, é bom não esquecer que é você que está bancando os salários astronômicos do Fred, Deco, Thiago Neves...

A fórmula dos pontos corridos é, indiscutivelmente, a mais justa, mas bem que poderia ter um plus: caso dois times terminassem empatados em pontos, teríamos um jogo extra, à semelhança do que ocorre em outros países. Com isso resgataríamos a emoção das grandes finais.
 
O jogo-extra seria em campo neutro ou, melhor ainda, na casa do clube que tivesse o melhor retrospecto nos critérios atuais (número de vitórias, saldo de gols, confronto direto, etc).

Foi numa final que ocorreu o recorde de público da história do brasileirão: Flamengo e Santos levaram mais de 155 mil pessoas ao Maracanã em 1983.

Por falar nisso, vamos falar de alguns recordes do torneio ao longo da história.

O contraponto à final de 1983 em termos de público foi a “multidão” de 155 heróis que assistiram a um Juventude x Portuguesa, em 1997.

Essa vai alegrar meu amigo Julião. Quando o assunto é artilharia, só dá Vascão! Senão vejamos:

- Mais gols em um único jogo: Edmundo fez todos, no 6x0 sobre o União São João de Araras (SP), em 1997;

- Maior quantidade de artilheiros (apenas de 1971 pra cá): oito, com Paulinho, Edmundo, Bebeto, Dinamite (2) e Romário (3).

- O mais jovem e o mais velho goleadores também são cruzmaltinos: Dinamite (20 anos) e Romário (39).

- O Gigante da Colina é ainda o único clube a ter os dois principais goleadores em uma mesma edição: Dinamite e Arturzinho, com 16 e 14 gols, respectivamente, em 1984.

- Roberto “Eurico” Dinamite ainda coleciona mais um feito: 190 gols apenas em brasileiros, nas décadas de 70, 80 e 90, considerados aí alguns golzinhos pela Portuguesa, em 1989.

Outros números:

A maior goleada foi Corinthians (SP) 10 x 1 Tiradentes (PI).

Se formos buscar os campeonatos anteriores a 1971, vamos encontrar dois recordes cearenses:

Em 1962, o Ceará venceu o Ríver (PI) por 7x5, no jogo com a maior quantidade de gols da história dos campeonatos brasileiros.

Já o meu tricolor também não podia ficar de fora: em 1960, na decisão da Taça Brasil, protagonizou a maior goleada em finais. E olha que perdemos para um time de segunda divisão!

O jogo foi Palmeiras 8x2 Fortaleza... ai ai ai...