A
morte do garoto boliviano Kevin Beltrán, atingido por um sinalizador
durante um jogo do Corínthians pela Libertadores, há quase dois
meses, até hoje repercute na mídia.
No
último domingo, em Fortaleza, minutos antes do clássico Fortaleza x
Ceará no belíssimo Castelão, primeiro estádio pronto para a Copa
de 2014, dois mortos em mais uma estúpida briga de torcidas.
Nesta
segunda, três vítimas fatais e 144 feridos em duas explosões
durante a chegada da Maratona de Boston, uma das mais famosas do
mundo. As consequências poderiam ter sido ainda maiores, pois uma
outra bomba explodiu na biblioteca do Museu Kennedy e outras duas
foram desarmadas pela polícia local. O incidente ultrapassou a
esfera esportiva e tornou-se um assunto de segurança nacional para o
presidente Barack Obama, criando-se no país um clima semelhante ao
de onze anos atrás, após os atentados às torres gêmeas, em 2001.
Seja
por questões políticas, religiosas, étnicas, irresponsabilidade do
poder público ou apenas violência pura e simples, há momentos em
em que o esporte é o que menos importa.
Em
1972, nas Olimpíadas de Munique, onze atletas israelenses foram
assassinados por terroristas palestinos, no episódio conhecido como
Setembro Negro.
Há
um mês, a justiça egípcia julgou os responsáveis pela tragédia
no estádio Port Said, que vitimou setenta e duas pessoas, um ano
antes. Vinte e um foram condenados à morte por enforcamento e
dezenove a prisão perpétua. O resultado causou uma onda de
protestos e violência na capital Cairo, causando mais mortes.
A
banalização da violência não é exclusividade do esporte, mas uma
preocupação cada vez mais presente na sociedade atual.
No
momento em que o Brasil se prepara para sediar os dois maiores
eventos esportivos do planeta nos próximos anos – a Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – faz-se necessário, mais do que
nunca, uma atenção especial à segurança, para que o Brasil seja
destaque apenas nas páginas esportivas.