quarta-feira, 13 de junho de 2018

Vai começar a festa!


Apesar de um certo desinteresse do povão – se comparado a outros anos – o assunto do momento é, sem dúvida, a Copa do Mundo. Nas empresas, colegas se cotizam para a compra de TVs, algumas ruas se cobrem de bandeirolas verde-amarelas, alguns organizam bolões e, como não poderia deixar de ser, grupos de discussão com os assuntos de sempre: uma ou outra crítica à convocação de Tite – um técnico com popularidade em alta, como há muito não se via - e quais seriam nossos principais concorrentes na luta pelo hexa.

Além do Brasil, temos a sempre favorita Alemanha defendendo o título conquistado há quatro anos, mais Espanha e França, que têm revelado jovens valores. Além desses quatro, não se pode descartar a Argentina de Messi e, quem sabe, o bom conjunto da Bélgica pode surpreender. Os craques Cristiano Ronaldo e Salah estão arrebentando, mas suas equipes – Portugal e Egito, respectivamente – não os credenciam à disputa do caneco.

Nesta quinta começa a corrida ao título, com Rússia x Arábia Saudita. O Brasil só estréia no domingo, contra a sólida Suíça.

Para não ficarmos só no lugar-comum, vamos resgatar algumas curiosidades sobre o grandioso evento que se aproxima:

• Há 60 anos, no nosso primeiro título, nossa equipe tinha os astros Garrincha e Pelé, quase uma criança à época. Mas o espírito do jogador brasileiro não era lá muito diferente do atual. Uma das preocupações da comissão técnica na copa da Suécia era isolar os atletas das belas loiras escandinavas. Mas Mané, famoso por seus dribles... e meses depois nascia Ulf Lindberg.

• Ainda na Copa da Suécia, no dia 30 de junho de 1958, um dia após o Brasil massacrar os donos da casa na final da copa por 5 a 2, um grupo de jogadores passeia pelas ruas geladas de Estocolmo e se depara com o mulato Moacir – meia do Flamengo, que não chegou a jogar nenhuma partida – abraçado com uma loira lindíssima. Antes que alguém dissesse qualquer coisa, ele se adianta, esbaforido: “Não me chamem de Moacir, pelo amor de Deus! Eu sou o Pelé! Eu sou o Pelé!”

• Na copa de 78, França e Hungria se enfrentaram na última rodada já eliminadas, num grupo que também tinha Argentina e Itália. No entanto, as duas seleções entram em campo de camisas brancas, e ninguém tinha um segundo uniforme, para desespero do árbitro, o sr. Arnaldo César “a regra é clara” Coelho. Depois de muita polêmica, a França jogou – e venceu por 3x1 – usando um horroroso uniforme listrado em verde e branco do Kimberley, um pequeno clube de Mar del Plata.

• Johann Cruyff, estrela maior da “laranja mecânica” na Alemanha/74, usava uma camisa diferenciada do resto do time. Patrocinado pela Puma, Cruyff se recusou a usar as três listras que caracterizavam a concorrente Adidas. Seu uniforme tinha apenas duas. Se não fosse por esse detalhe, o camisa 14 não teria entrado em campo e levado sua seleção ao vice-campeonato mundial. Puma e Adidas, aliás, nasceram de uma briga entre dois irmãos – Rudi e Adi Dassler – na pequena cidade alemã de Herzogenaurach, há quase 70 anos. Isso foi em 1947. Onze anos antes, Jesse Owens, o negro norte-americano que humilhou Hitler ganhando quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim, calçava sapatilhas Gebrüder, a empresa que daria origem às duas gigantes, pertencente aos irmãos Dassler... nazistas ferrenhos.

• Em 2018, olho na Islândia. Com uma população menor que a região administrativa de Ceilândia(DF), a terra do gelo vem, já há alguns anos, enfrentando de igual para igual seus gigantes vizinhos europeus. É o menor país a participar de uma Copa, superando Trinidad e Tobago, que chegou ao mundial de 2006 com uma população de 1,3 milhão de habitantes. Os islandeses são apenas 300 mil.  

Olho na telinha! Além da competição em si, a Copa oferece uma oportunidade ímpar para o congraçamento entre povos e para conhecermos melhor outras culturas.

Quem compareceu aos estádios em 2014 – principalmente os jogos em que o Brasil não estava – sabe bem do que estou falando...      

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